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BULGARIA/AUSTRIA - Report about international Worker's Aid also in Portoguese

In the following we share a good article in Portoguese, from the revolutionary news site A Nova Democracia of Brazil, about the important action of International Workers' Aid Bulgaria/Austria and the situation and determinde struggle of the medical staff in Bulgaria: [source: www.anovademocracia.com.br]

More informations about the International Worker's Aid:

Áustria: Ativistas criam a 'Solidariedade Internacional pela Saúde do Trabalhador'

Ativistas austríacos criam a 'Solidariedade Internacional pela Saúde do Trabalhador' em apoio aos trabalhadores da saúde Búlgaros.

Durante o mês de junho foi criado na Áustria a Solidariedade Internacional pela Saúde do Trabalhador, em apoio aos trabalhadores da saúde da Bulgária, que desde antes da pandemia da Covid-19, mas agravado por ela, passam por uma situação de completa precarização da sua profissão e abandono por parte da gerência dos hospitais e do Estado imperialista.

No dia 9 de julho, trabalhadores da saúde austríacos, junto de revolucionários e movimentos de mulheres e antifascistas, realizaram um vitorioso levantamento de material médico e de proteção individual aos trabalhadores búlgaros no valor de 600 euros, além de 100 euros em dinheiro.

Os materiais foram entregues à União de Enfermeiros da Bulgária (UEB), sindicato independente, que desde o ano passado dirige greves e lutas dos trabalhadores da saúde, principalmente da saúde da mulher (parteiras, enfermeiras, fisioterapeutas), exigindo melhores condições de trabalho, salários e contra os ataques aos seus direitos. O sindicato, por ser independente e combativo, sofre constantemente perseguições da gerência dos hospitais e da polícia búlgara.

Em declarações de apoiadores austríacos à luta dos trabalhadores da saúde búlgaros, afirmou-se: "Nós, proletários, somos uma classe e, se não nos ajudarmos, ninguém mais o fará. Essa forma de solidariedade é boa e necessária, é um importante modelo para os trabalhadores em todo o mundo! Deve haver mais ações desse tipo para avançar na luta internacional".

Outro apoiador comentou sobre a situação dos trabalhadores da saúde búlgaros, que muitas vezes são obrigados a emigrar de seu país devido aos baixíssimos salários e péssimas condições de trabalho, em que os trabalhadores da saúde inclusive ganham menos que a média salarial nacional: "os Estados imperialistas da Europa Ocidental também se beneficiam nos cuidados de saúde com a migração de mão de obra dos Balcãs, com a mão de obra barata, enquanto as pessoas nos Balcãs sofrem com o sistema falido. Para os trabalhadores que não emigram, resta apenas a luta organizada de forma independente".

A solidariedade internacional entre o proletariado austríaco e búlgaro já se construía desde antes, quando em 8 de março, Dia Internacional da Mulher Proletária, uma ativista da bulgária havia ido à Viena, capital da Áustria, para falar sobre a grande luta das enfermeiras na Bulgária.

Os apoiadores ainda demarcam que seu trabalho "ao contrário dos projetos liberais de 'ONGs', que sobretudo consolidam a desigualdade entre os países [imperialistas e oprimidos], essa iniciativa foi tomada como um ato de solidariedade internacional e do modo comum dos proletários e, portanto, apoiada com tal força e privação".

Eles afimam: "A 'ajuda' financeira ou material, fornecida pelos governos de outros países, mas também pelas chamadas 'organizações não-governamentais' (ONGs) no contexto da pandemia do corona, raramente atinge seu objetivo e, se o fizer, fortalece principalmente o poder das empresas estrangeiras e governos. Eles não ajudam os trabalhadores ou as pessoas, mas fazem parte do problema! Enquanto isso, sindicatos e organizações de trabalhadores organizados de forma independente que estão sendo oprimidos, lutaram em graus variados."

Trabalhadores da saúde na Bulgária sofrem perseguição

Abordando os ataques sofridos pelos trabalhadores da saúde da Bulgária, a Associação Independente dos Trabalhadores (AIT) lançou uma declaração onde afirma que "é com ansiedade e raiva que estamos acompanhando os eventos no Hospital Pirogov, o maior hospital da Bulgária. Já é bastante difícil protestar neste país, mas nos últimos dias temos enfrentado uma repressão sem precedentes contra a União dos Enfermeiros da Bulgária e sua filial em Pirogov."

Para entender melhor o contexto búlgaro, eles explicam que, lá, todos os hospitais têm o status de empresas comerciais e, portanto, sua prioridade é gerar lucro. Os salários da equipe de saúde dependem do número de pacientes atendidos em cada hospital. Portanto, eles são pagos por cada paciente, o que levou a um grande número de más práticas e até à corrupção, colocam.

Todos os hospitais da Bulgária, incluindo hospitais particulares, são financiados publicamente, mas os critérios para alocação e despesa não são claros e não há controles legais para garantir que os fundos sejam usados corretamente. Essa forma de gestão, nas últimas décadas, transformou muitos médicos e diretores de hospitais em milionários, enquanto outros trabalhadores do setor recebem salários miseráveis, abaixo do salário médio na Bulgária. É por estas e outras razões que os enfermeiros trabalham há mais de um ano sob o lema: A saúde não é uma mercadoria, é uma questão de necessidade pública e direito universal! Salvar vidas e cuidar das pessoas é nosso objetivo, não lucros!.

As manifestações e greves no setor da saúde já acontecem há mais de um ano no país. Dessa onda de protestos e diante da imobilidade dos sindicatos existentes, nasceu uma nova união independente: a União dos Enfermeiros da Bulgária. A União, que também é composta por parteiras, fisioterapeutas e maqueiros, luta por salários e condições de trabalho decentes, bem como pelo fim do comercialização da saúde.

De acordo com a AIT, há alguns meses o diretor do hospital Pirogov tentou interromper a organização dos trabalhadores da saúde no hospital através da UEB: "Hoje, a gerência está usando ações indignas e desesperadas para esmagar os trabalhadores da saúde rebelados. Um apelo foi feito à polícia contra os principais organizadores do UEB, que foram convocados e interrogados. A partir das perguntas feitas, entendemos que a polícia é o último mediador do 'diálogo social'. Determinou-se qual união é 'legal' e qual não é. Acontece que eles têm o direito [legal] de solicitar listas de membros do sindicato e decidir quais reivindicações são legítimas, chamando o restante de "chantagem" contra empregadores respeitáveis …".

O AIT conclui colocando: "Já estávamos acostumados com o uso da polícia para intimidar manifestantes, mas esse ataque contra as profissionais de saúde da mulher é simplesmente intolerável! Protegeremos nossos amigos e colegas do UEB por todos os meios necessários. [...] Apelamos aos sindicatos da Europa e do mundo para que se posicionem neste caso e protestem contra a repressão dos profissionais de saúde da Bulgária! Solidariedade, luta, dignidade!"

Condições precárias e retirada de direitos atingem seu limite

As enfermeiras e a equipe médica na Bulgária lutam há mais de um ano por alta nos salários (o mínimo suficiente para sobreviver), melhores condições de trabalho, mais equipe e por um sistema de saúde que sirva ao povo, de acordo com o portal Internationale Arbeiterhilfe.

Há um ano, continua o portal, eles lutam contra condições catastróficas no sistema de saúde e contra os saques imperialistas e a venda de seu país. Agora, após a pandemia do coronavírus, tanto a equipe médica quanto as massas da Bulgária estão sendo atingidos com força total.

Uma enfermeira do país relata que não há Equipamentos Individuais de Proteção (EPIs), os centros de emergência são como ruínas. Faltam especialistas, principalmente no campo. Direitos trabalhistas extensos foram retirados dos trabalhadores da saúde, como o direito a remuneração extra, o direito de deixar o local de trabalho após as horas de trabalho e, finalmente, o direito elementar à proteção.

Os colegas, de acordo com a enfermeira, que trabalham nas enfermarias com os pacientes infectados, ficam em roupas de EPI por 12 horas e até mais. Para eles, não há comida, água ou ir ao banheiro durante esse período, devido à falta de EPIs. Além disso, a equipe médica não é testada para a Covid-19.

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